BENEDITA AZEVEDO
( Brasil – Rio de Janeiro)

Benedita Silva Azevedo. Filha de Euzébio Alberto da Silva e Rosenda Matos da Silva.
Originária de Magé – Rio de Janeiro. Radicada no Rio de Janeiro, desde janeiro de 1987. Mudou-se para a praia do Anil, Magé/RJ em janeiro de 1990.
Educadora, poeta, escritora e animadora cultural.
Formada em Letras, especialista em educação e p[ós-graduada em Linguística.
É membro efetivo da Academia Mageense de Letras,  da Academia Pan-Americana de Letras e Artes, do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais, da União Brasileira de Trovadores,- RJ, da Antologia Virtual de Letras Luso-Brasileira, do Grêmio  Haicai Sabiá e do Grêmio Haicai “Águas de Março’. Patronesse da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores.
Pertence aso movimento Poetas del Mundo – Consul de Magé -RJ. É haicaista premiada em vários concurso nacionais.
Publicou 11 livro individuais. Organizou oito antologias. Tem participação em revistas, jornais e sites. Participou de 24 antologias.

BERNY, Rossyr, org.   Poetas pela Paz e Justiça Social.  Coletânea Literária. Vol. II. Porto Alegre: Alcance, 2010. 208 p.    ISBN 978-85-7592-098-5  
Ex. biblioteca de Antonio Miranda – doação do amigo (livreiro) Brito – DF.     No. 10 249 

HAIKAIS

01
na curva da estrada —
um toque de eternidade
entre o céu e a montanha

02
entre o dia e a noite
surge a leste da praia
as primeiras luzes.

03
silêncio da tarde —
somente acorde de um piano
na sala vazia!

04
já é noite fechada
um grito de pássaro soa
junto com as ondas

05
aragem da noite
as flores dos canteiros
perfumam a praça

06
Hora de partir —
já não há mais silêncio
na tarde outona.

07
o vento do outono
começa a incomodar —
volto para casa

08
Outono nublado —
as primeiras gotas de chuva
riscam a vidraça...

09
Domingo de ramos —
Fiéis agitam as palmas
sob a chuva fina

10
O muro de pedras
sustenta a encosta gramada —
cresce a trapoereba.


Lembranças

Logo ao chegar em nosso sírio, aquela
nossa vontade enorme de acertar,
dava-nos a coragem de lutar
e ali plantar co´amor rosa amarela.

Nos lagos as tilápias a pular,
a gata espreitar sobre a janela.
Você cheio de graça e de olho nela
sorria, gargalhava a me chamar.

Chamava e eu vinha lhe atender,
sorria a rolar da linda gata,
com o olhar preso ao lago a se torcer.

Trazia uma sardinha e lhe abraçava,
você tal qual criança a gargalhar
a gata na janela alimentava.


Suavidade

Buscando a suavidade deste amor
mais firme no querer a cada dia,
de todos os valores e ousadias
queria demonstrar o seu valor.

Tentando aveludar a voz fazia
vibrar todas as cordas com fervor,
e meu corpo aquecido transgressor
transformando a volúpia em euforia.

Suaves gestos irmanados grassam,
sus abraços me afagam com ternura,
e não há discordâncias que os desfaçam.

Meu carinho, afeto e fantasia
transformando-se bênçãos e aventura,
desperta em mim esta grande alegria.


Você outra vez

Tal qual sombras perdidas nesta noite,
nossos corpos sedentos e ansiosos
em lençóis envolvidos e sedosos,
emoções transparentes em açoite.         

Anseios vãos, distantes, nebulosos,
envolvem-me o corpo e alma já que foi-te
para sempre da via num pernoite
de anseios realizados e ostentosos.

Em suspiros de angústia e de saudade,
busco em vão encontrar-te sem vaidade
em outros vão abraços pertinentes.

Que me afagam e apertam abrasado,
mesmo assim gostaria em estremados
sustos ter-te em meus braços tão carentes.


Teu perfume

Neste perfume que teu corpo exala,
Inebriando  por completo o ambiente,
Invade os meus sentidos e me embala
se espalha em meu olfato docemente.

Vertiginosamente me aproximo
quase sem perceber sigo teu passo,
em teus braços me enroscando arrimo
pelo aroma atraída a teu regaço.

Com todos os sentido extasiados
numa entrega completa aos teus carinhos
meus membros obedecem exaltados...
permanece o perfume, teus cheirinhos,
sentimentos tranquilos saciados. 

*
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